Promotores investigam o Banco do Vaticano, por uma possível ligação a Máfia.

Padre Treppiedi

Promotores Anti Mafia pediram ao secreto Banco do Vaticano, para revelar detalhes de uma conta mantida por um padre em conexão com uma investigação de lavagem de dinheiro e fraude, que surgiu no domingo.






Ettori Gotti Tedeschi
O pedido oficial foi feito a mais de um mês atrás, mas até agora o Banco do Vaticano, conhecido como Instituto para Obras Religiosas, recusou-se a revelar quaisquer registos da conta mantida pelo padre Ninni Treppiedi, que está atualmente suspenso de servir como sacerdote.




Matteo Messina Denaro Photo: EPA/PA
Os investigadores querem saber mais sobre vastas somas de dinheiro, que foi depositado na sua conta, para perceberem se funcionou como operação de branqueamento de capitais para o patrão da Mafia, Matteo Messina Denaro.
Os relatórios surgiram na imprensa italiana, apenas duas semanas depois de o




Roberto Calvi á esq. e
jurados a dt
 Photo: EPA/PA
presidente do Banco do Vaticano, Ettore Gotti Tedeschi, ser demitido alegando lutas de poder e corrupção dentro da Santa Sé, que têm sido associado com o escoamento de documentos confidenciais pertencentes ao Papa Bento XVI. Mas de acordo com um thriller de Dan Brown, não é a primeira vez que o Banco do Vaticano tem sido envolvido em alegações de lavagem de dinheiro da máfia. 

Trinta anos atrás, um funcionário das finanças, Roberto Calvi foi encontrado enforcado sob a ponte Black friars, em Londres com dinheiro e tijolos nos bolsos. Inicialmente a polícia de Londres registou a morte como suicídio, mas as autoridades italianas acreditam que foi homicídio premeditado, uma vez que Roberto Calvi, ficou conhecido como o Banqueiro de Deus, por causa das suas ligações com o Banco do Vaticano, onde fazia lavagem de milhões de libras da máfia, via suas contas e através de seu próprio Banco Ambrosiano que faliu espetacularmente.

Padre Treppiedi, 36 anos, estava servindo como sacerdote em Alcamo, aldeia perto de Trapani, onde dizem ser a mais rica freguesia na ilha reduto da máfia Siciliana, ele foi suspenso depois de uma série de transações questionáveis ​​dos fundos da igreja, o que também levou á demissão do bispo Francesco Micciche.

Um promotor de Trapani, Marcello Viola, fez um pedido há seis semanas atrás para obter dados sobre a conta mantida pelo Padre Treppiedi no Instituto de Obras Religiosas, a fim de ser divulgado, mas de acordo com relatos da imprensa italiana até a data de hoje, nenhum aval foi dado pelo Vaticano.


Em suma, os promotores estão a investigar transações financeiras feitas através de uma conta do Padre Treppiedi no Banco do Vaticano, entre 2007 e 2009, que chegou a quase um milhão de euros, mas a falta de documentos comprovativos para explicar o rasto do dinheiro, tem atrasado o processo.


A atenção também está virada em vários terrenos e negócios imobiliários da paróquia, que está no centro da área em torno de Trapani, onde ainda Messina Denaro, comanda com medo e respeito.
Há, entretanto especulações de que Gotti Tedeschi, encontrava se ciente da possível ligação á Mafia, e que ele estava prestes a citar nomes, quando a polícia apreendeu documentos em sua casa, que explicava em detalhe as suas suspeitas, ele tinha preparado para um conjunto de fontes confiáveis visto que temia que sua vida estivesse em perigo.


Em um comunicado apresentado, o promotor Viola disse: "Fizemos um pedido de informações para o Estado da Cidade do Vaticano, no espírito de colaboração no que diz respeito a uma investigação, sobre somas de dinheiro em transações financeiras realizadas pela Diocese de Trapani."


As transações do Banco do Vaticano já estão sob os holofotes dos média, com um dos principais jornais italianos, Corriere della Sera, que diz que, Gotti Tedeschi estava ciente das contas detidas por "políticos, intermediários obscuros, empreiteiros e altos funcionários do governo italiano, que as pessoas acreditavam ser a autoridade para patrões da Máfia.


Em particular interesse, são considerados investimentos imobiliários e venda de imóveis que poderão ter sido usados ​​para disfarçar as transferências e lavagem de dinheiro. Tudo isso à luz do relatório no início deste ano que o Banco do Vaticano não era completamente transparente nas suas relações, apesar dos esforços para assim ser.


Em recente desenvolvimento os promotores do Vaticano continuam a questionar o mordomo do Papa, Paolo Gabriele, em ligação a fuga de documentos que acabou em denúncias, num livro publicado por um jornalista italiano, chamado de “Sua Santidade”.
Ninguém do Vaticano estava disponível para comentar.



Foto: REUTERS Por Nick Pisa em Roma 10:25 BST 10 de junho de 2012

Fonte:

http://www.telegraph.co.uk/news/worldnews/europe/vaticancityandholysee/9323288/Prosecutors-investigate-Vatican-Bank-mafia-link.html

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