Cabo Verdianos desesperam com o Desemprego. Ainda bem que atingimos o desenvolvimento médio.

"A crise é a culpada de tudo", faz lembrar os desenhos animados dos anos 80, Alice nos país das maravilhas em que a rainha culpava a lebre de tudo de mal que acontecia no reino.
O aumento da taxa de desemprego em Cabo Verde é fruto da actual crise internacional. As palavras são do Primeiro-ministro José Maria Neves, segundo o qual se não fossem as actuais políticas do governo a falta de emprego seria muito maior. Ainda maior?

O chefe do governo cabo-verdiano aponta o dedo à crise financeira mundial para justificar a actual situação de falta de emprego no arquipélago. Bode expiatório? 

Falando à margem do lançamento do canal internacional da televisão de cabo verde, José Maria Neves explicou que o país atravessa um período de transição e que há sectores, como o turismo, que estão a crescer em diversas ilhas. Para os bolsos de quem?  

Após várias iniciativas do governo para diminuir a taxa do desemprego, actualmente de 16,4%, esta problemática continua a afectar os Cabo Verdianos mostrando estatísticas pouco entusiasmantes, tendo na sua maioria pessoas à procura do primeiro emprego. 

O fenómeno que vem graduadamente aumentando entre jovens formados em várias áreas, principalmente sociais, tem trazido alguma dor de cabeça aos governantes. Que cabeça?

Adalgisa Gomes é uma jovem em situação de desemprego, fez licenciatura em Ciências de Comunicação há dois anos e não encontra um espaço na área em que se formou. Licenciatura em desempregados.

Voltando às estatísticas, São Vicente continua a ser o município com mais desempregados representando 21,1%, na Ribeira Grande e na Praia o aumento contínua acentuado crescendo de 18,8% para 23,7% na Ribeira Grande e 17,1% para 22,8% na capital do país.

72% das pessoas desempregadas procuram o primeiro emprego, especialistas apontam o não investimento das autoridades nacionais em procura de soluções palpáveis para criação de empregos, como principal condicionante para esta problemática.

O empreendedorismo é, na óptica do governo, a maior alternativa, contudo ao que ouvimos junto às empresas criadas por jovens empreendedores, as condições oferecidas pelo país não são muito favoráveis a esta prática. Apresentam a fiscalidade e aceso ao crédito como maior entrave à concretizações de projectos. Fiscalidade? A onde?

Depois de todas as considerações e dados estatísticos podemos perguntar qual o nível de interesse dos governantes deste país para com o desemprego, que não investe nas indústrias, uma das principais formas de absorção de mão-de-obra em países desenvolvidos, e qual o nível de formação dos recursos humanos que não consegue entrar no mercado de trabalho, respostas ainda pouco conseguidas. Investimos sim, em festivais de verão. 

Agora pergunto: Num país que esta rodeado de mar, onde esta a nossa agricultura e pesca? 

Peço e espero diferimento,

Cidadão Cabo verdiano 

Fonte: CA/Ocean Press
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